Tudo bem? Continua se protegendo do coronavírus?

Brasília, onde vivo, está prestes a completar 4 meses de isolamento social. Embora ainda estejamos falando de “quarentena”, já estamos indo pra “cento-e-vintena”. E sem muita perspectiva de quando encerrar. Regiões administrativas populosas do DF estão entrando em lockdown hoje.

Este período nos proporcionou observar várias tendências que estão e devem ficar – ouso dizer que algumas continuarão mesmo após uma vacina contra a covid-19 estar disponível:

1- o ensino presencial vai abraçar recursos e metodologias à distância (não existirá mais curso 100% presencial);

2- apresentações fechadas com muito público e vários músicos, só depois de uma vacina (ou seja, concertos com orquestra terão de ser ao ar livre e/ou sem plateia e/ou com poucos músicos no palco);

3- apresentações via live vieram pra ficar, e estão se consagrando três formatos (que podem se combinar):

a) como num programa de rádio, alternando interação com quem está ouvindo com músicos;

b) como num programa de TV, alternando um palco ao vivo com vídeos gravados;

c) o registro fiel de uma apresentação ao vivo (transmitido em tempo real ou posteriormente para melhor edição de som e imagem).

Quero falar especialmente do impacto destes 3 itens:

Para quem é aluno e professor de música, isso significa novas atitudes e novas posturas no ensino. Não dá mais pra negligenciar A FORMA de estudar música. Aulas de música que apenas indicam onde o aluno precisa chegar, mas não dão e não acompanham o passo-a-passo do processo de estudar música estão inadequadas para a realidade atual. É especialmente importante notar que as famílias estão todas juntas em casa, e isso implica com frequência em falta de privacidade e outras condições importantes para o estudo ideal de música. Se a sala e a rotina de estudo está longe do ideal, as estratégias de estudo precisam ser melhores em compensação.

É hora de se voltar para a música de câmara, os solos, e os grupos pequenos. Isso é especialmente complicado para instrumentos cuja tradição é de nunca subirem ao palco sozinhos – no mínimo ter um piano ou um violão junto – e para a voz. Pesquisando com cuidado, já se acha na internet vídeos e áudios de pianistas e violonistas gravando o acompanhamento de várias obras do repertório. Algumas são gratuitas, outras são pagas. Sei que isso levanta um debate filosófico imenso, mas o fato é que não vai rolar de você ter um pianista ou violonista com você o tempo todo. Aceita que dói menos. O seu repertório de estudo vai ter de mudar se você quiser aproveitar as oportunidades musicais que estão aparecendo.

Caso o seu sonho seja tocar numa orquestra, é possível ficar num meio termo: várias provas de ingresso exigem tocar solos, então comece por estudar as obras que costumam aparecer em concursos de orquestra. Quando eles voltarem, você estará mais preparado. Isso exige um novo planejamento de estudos – planejamento não no sentido de qual rotina você faz em cada dia, mas no sentido de um mapa das conquistas musicais que você quer obter.

Com relação às lives, é impressionante como surgem a todo instante novas oportunidades, novos editais, para a produção de vídeos musicais. Algumas oportunidades são rápidas, com inscrições iniciando numa segunda e encerrando num domingo. É preciso se preparar para estar a postos quando uma dessas oportunidades aparecem. Você precisar ter já pronto e salvo seu material promocional básico (foto, biografia, vídeo), e noto uma tendência enorme dos editais de live exigirem composições próprias ou em domínio público apenas. Você já tem seu repertório e seu material promocional adaptado pra esta realidade?

Vamos conversar sobre estes assuntos na terça, 09 de junho, às 16:30 no www.youtube.com/c/AlvaroHenrique

Abraços,

Alvaro Henrique

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