Quando comecei a me encantar pela música clássica, era inevitável se perguntar como aquelas músicas soavam no contexto em que foram criadas. E a curiosidade era igualmente válida para saber como a música de Domenico Scarlatti na corte da Rainha Maria Bárbara, com a Espanha rivalizando com a Inglaterra e a França o papel de principal potência mundial, até como deveriam soar as obras para instrumento solo que J. S. Bach compôs num período em que era professor de latim e havia perdido várias oportunidades de trabalho por soar “antiquado” – isso pra falar de dois compositores que nasceram no mesmo ano, Bach e Scarlatti.
Esse caminho foi me direcionando pra conhecer os instrumentos do passado. E, com a ajuda do Fundo de Apoio à Cultura do DF consegui preparar um vídeo de cerca de 1h em que toco, mostro, e falo sobre os instrumentos do tempo em que os portugueses chegaram ao Brasil aos dias atuais. São 5 séculos de música em 4 instrumentos (vihuela, violão barroco ateorbado, violão romântico e violão moderno).
Mas o melhor é que pude gravar em escolas públicas. Nas interações com as crianças e os adolescentes surgiram perguntas e comentários que enriqueceram muito o vídeo. Se fosse só um roteiro meu, soaria como uma aula – chato, né? Com essa interação, pude falar o que realmente importa de um jeito mais espontâneo.
Então, nesse fim-de-semana, se você quiser sentar-se uma horinha pra ouvir música boa e se informar um pouco mais, de um jeito leve, sobre a música do passado, conhecer o visual e o som de instrumentos antigos, fica a dica:
https://www.youtube.com/watch?v=Kofza3RxWOk
Divirta-se,
Alvaro Henrique