É verdade, sumi desde o final de 2018. Mas vou explicar, por partes, a razão do meu desaparecimento.
Em 2018 iniciei o ano trabalhando como comissionado no governo do Distrito Federal, na gestão do Rodrigo Rollemberg. Foi uma experiência muito rica contribuir para a melhoria da qualidade de vida na cidade em que nasci e na qual vivo com minha família, em especial no governo do Rollemberg, com vários desafios a serem vencidos, a obrigação e a necessidade de tomar muitas decisões impopulares que estavam sendo adiadas a décadas, com medo da fúria do eleitor na eleição seguinte.
Como se imaginava, a fúria do eleitor estava alta, e a chance do governador Rollemberg se reeleger era baixa. Para ter menos surpresas em 2019, me inscrevi em alguns concursos, entre eles, o de professor temporário de música na Secretaria de Educação do DF (SEEDF).
Logo nos primeiros dias do ano veio a nomeação para esse cargo temporário. Quando vem, ela chega com muita emoção e apreensão, pois o prazo para entregar toda a documentação é bem apertado, e qualquer atraso pode comprometer a contratação do professor. Para aumentar ainda mais a emoção, me foram ofertadas vagas nas Escolas Parque, que exigem uma entrevista como etapa extra para entrar em exercício. E quem entrega tudo primeiro pega a vaga melhor, naturalmente.
Acabei resolvendo tudo o mais rápido possível, e comecei, em fevereiro, a trabalhar com crianças de 1o. a 5o. ano que fazem a educação integral no DF, na Escola Parque da 308 Sul, referência em educação de artes, música e educação física na rede pública, escola fundada por Anísio Teixeira. Um verdadeiro privilégio, e um lugar muito bom de trabalhar, a começar pela equipe da escola como um todo.
Foi muito desafiador voltar à sala de aula para ensinar outra geração, com outros recursos, outras metodologias, e outra clientela (já havia ensinado em grupo na rede privada apenas). Tive de me virar bastante em organização e planejamento de aulas e, graças à ajuda de vários colegas, em especial os professores Diego, Olívia, Mariana e Beto, e a equipe do Serviço de Orientação Educacional, minha readaptação teria sido muito traumática.
É bastante desafiador promover a melhoria no desenvolvimento de crianças na qual, na mesma sala de aula, temos alguns que já tocam melodias completas, enquanto outras estão iniciando seu contato com algum instrumento musical. Acabei optando por aulas coletivas de flauta doce, pela facilidade e preço do instrumento, bem como pelo fato de na equipe de professores haver duas professoras com ótimos trabalhos com a flauta doce, a Olívia e a Mariana, e poderíamos nivelar a maior parte das crianças em toda a escola pelo alto patamar que elas já obtinham.
Quando as coisas começaram a se organizar, e voltei a ter uma rotina, eis que outra notícia surpreendente mudou totalmente minha vida do avesso ainda em março. Mas continuamos a falar sobre isso no próximo post…