Para onde a música clássica vai? Quais as tendências que ela pode perseguir? Como será a música que ouviremos daqui a 20 anos? Vamos falar um pouco sobre essas possibilidades.
Uma tendência muito forte é a do nacionalismo. Já há bastante tempo a música clássica têm explorado novos temperos exóticos ao mesclar melodias, ritmos e harmonias típicas de uma cultura pouco conhecida com as formas musicais consagradas. Hoje expandindo muito pelo Oriente, o nacionalismo ainda tem um enorme território para cobrir, pois há pouco repertório nacionalista da África, da Oceania, por exemplo. Além disso, ainda há o que se fazer em música regional. Embora o samba seja muito conhecido, e haja várias composições que mesclam a música clássica com o samba ou o choro, a música do Norte e a do Centro-Oeste brasileiro ainda são pouco exploradas pelos compositores eruditos. Vamos ouvir, como exemplos dessa tendência, o Concerto Tigre Agachado (Crouching Tiger), de Tan Dun, e La Nuit du Destin, de Dia Succari.
Por sua vez, a tendência mais forte nos meios acadêmicos é a “Nova Complexidade”. Ela consiste em trabalhar novas características do som, como o ritmo e os timbres, em texturas que desafiam a audição e abrem novos caminhos para a linguagem musical, na legítima vanguarda atual. O grande mestre da Nova Complexidade na atualidade é Brian Ferneyhough, autor de Contraccolpi.
Mas a tendência mais bem sucedida na atualidade é a “Nova Simplicidade”. Derivada do Minimalismo, conhecido pelo uso de harmonias consonantes e com pouca mudança, além de uma estética hipnótica, ela lida muito com a repetição e a audição musical enquanto um processo, uma experiência, em que viver aquele momento é a chave, não como a apreciação de uma estória com começo, meio e fim. Um dos maiores nomes da nova simplicidade é Philip Glass, de quem vamos ouvir “Metamorphosis” 1 a 5.
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