Segue uma pequena lista de obras, com prós e contras, que normalmente são as primeiras obras-primas que um estudante de violão toca.
Renascença – Pavanas, de Luís Milan
Prós: simples, ficam na primeira posição quase o tempo todo, fácil leitura, desenvolve polifonia.
Contras: ao tocar repertório de época, o que está na partitura não é nem metade do trabalho. Para uma interpretação completa é preciso ornamentar (segundo a estética renascentista) ao menos os acordes repetidos, há incongruências nas edições ao passar para partitura o que é originalmente tablatura, em especial na duração das notas.
Barroco – BWV 996, BWV 1001 ou BWV 1007 , de Johann Sebastian Bach
Prós: obra indubitavelmente relevante, desenvolve polifonia e articulação
Contras: das “primeiras” obras-primas, sem dúvida qualquer uma destas é a última. São bem exigentes técnica e musicalmente. O desafio de lidar com transcrições e arranjos para o violão implica estar consciente de escolhas tomadas.
BWV 996:
BWV 1001:
BWV 1007:
Clássico-Romântico – Tema e Variações sobre a Flauta Mágica, de Sor ou Tema e Variações sobre um Tema de Haendel, de Giuliani
Prós: obras que permitem compreender a forma tema com variações, bem como de buscar contrastes de musicalidade.
Contras: entre as variações é comum haver uma grande diferença de nível, que o estudante precisa ter maturidade para lidar ao perceber que, perto do final, fica mais difícil.
Sor:
Giuliani:
Espanhol – Suite Castellana, de Torroba
Prós: movimentos contrastantes, combinação de desafios técnicos com musicais, estimula imaginação e criatividade interpretativa.
Contras: muitas pestanas no 3o movimento, segundo movimento exige algum nível de maturidade musical
América do Sul – 5 Prelúdios, de Heitor Villa-Lobos
Prós: muito populares, contrastantes, todos parecem mais difíceis que realmente são, proporciona uma expansão na forma de pensar o violão.
Contras: a digitação de Villa-Lobos desafia o senso comum (como nos primeiros compassos do Prelúdio 4), a 3a parte do Prelúdio 5 é bastante complicada se comparada ao resto da série.
Contemporâneo – Decameron Negro, de Leo Brouwer
Prós: soa grandioso, interessante até para ouvidos que não gostam de música clássica, parece muito mais difícil que realmente é.
Contras: excesso de repetições, digitações pouco óbvias de ler.
P.S.: para esse fim, foram consideradas obras-primas peças com mais de um movimento, de compositores de prestígio, e consagradas no repertório por meio de inúmeras gravações e inclusões em recitais.